quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

jovem senhora.

Tenho sonhado seguidas vezes com uma senhora que conheci semanas atrás. Eu estava em um ponto de onibus em frente a um hospital, e o céu muito cinza mostrava que muita chuva estava por vir. Nesse ponto de onibus estavam eu, uma mulher de cabelos vermelhos olhos caidos e boca chupada, e ai lado dela um rapaz corpulento de regata laranja. Foi entao que surgiu uma mulher: olhos fundos, descabelada, vestindo uma saia indiana com uma sobreposiçao de couro e um tenis preto. Ela olhou nos olhos de nos tres. Ela me escolheu. Sentou e pegou a minha mão. Eu fiquei atonita, nao disse nada e voltei o rosto pra mulher. Ela me disse o seu nome que ja nao me lembro bem, pois eu só conseguia reparar no ser que estava na minha frente. Entao ela pediu que eu lesse um protuario médico, afirmando não saber ler. Entao eu peguei o papel já amassado e fui abrindo cautelosamente- eu tinha medo-. A receita falava de uma remedio que eu nunca tinha ouvido falar, e ela insistentemente me pedia que a fizesse entender sobre o que ela tinha que tomar. Foi entao que lendo a receita, vi que nela havia em negrito uma advertencia sobre NÃO INGERIR BEBIDA ALCOOLICA. Foi então, que chegando mais perto do rosto dela, eu pude sentir um cheiro incomodo de bebida. Nessa hora todos os que estavam no ponto ja haviam ido, só sobrando eu e ela. Ela só se referia a mim como 'bela jovem senhora', não dizia coisa com coisa, mas ouvia com uma atenção quase ingenua tudo o que eu falava. Ela tambem repetia sem parar que havia desmaiado na rua e que só havia sido trazida para aquele hospital 'de rico' porque era o mais próximo. Mas o apice desse epsodio, foi quando ela pediu que eu não fosse embora, e enquanto ela ia enfiando a mão na bolsa, ela foi dizendo : ' nao precisa preocupar jovem senhora, eu só tirei uma faca pro meu marido uma vez e mesmo assim nem o matei'.
Nessa eu hora eu tive muito medo, mas nao me levantei. Permaneci imovel olhando pra ela, e ai ela tirou da bolsa sua identidade. Pediu que eu verificasse a foto e a assinatura. Mas nesse momento passou uma viatura de policia, e ela se desconcertou toda falando que nao queria policia. Naquele momento, eu já nao sabia o que pensar, entao desisti do onibus me levantei despedindo e fui em direção a um táxi. E foi nesse momento que ela me perguntou qual era minha profissão, e eu respondi que era estudante mas que queria ser médica. Ela exclamou: grande medica voce será, jovem senhora! E eu fui andando, e enquanto meus olhos alcançaram pude ver ela sorrindo e dando um cordial adeus! E, bem, eu não sei quem é ela, não tenho idéia sobre seus problemas, e nada sei sobre sua vida: mas sei que na sua passagem pela minha vida, ela me ensinou a ver gente por tras da capa e a ser gente por tras do medo.

domingo, 28 de novembro de 2010

Ao 3f,

Alunos da última sala do último ano do penúltimo andar, uma sala de A a Y, repleta de personalidades conflitantes, a principio insolúveis, trancadas em cubo com cheiro de alho poró e submetidos a tortura de 17 mil hertz de justin's biebers e suas fãs enlouquecidas. Não foi fácil, e voces bem sabem quantas vezes tivemos vontade de matar uns aos outros, e acreditem, nem a terenzi que é quietinha escapou dessa revolta.
Vivemos dias de guerra fria, de ataques pela faixa de gaza, insubmissão e interferencias da frente de batalha, e acabamos saindo formados no ensino médio e em táticas de guerra. Mas isso não foi tudo. Nossa sala não se resumiu a divergências e respostas afiadas, fomos alem. Juntos, percorremos retas, nos apoiamos nas curvas e com determinação diária transpusemos obstaculos um a um. Juntos, aprendemos o valor do verbo tolerar, e o significado do substantivo diferença. Juntos, aprendemos que rir é melhor que criticar, e que ouvir é melhor do que gritar. Juntos, tornamos menos arduo um dos momentos mais dificeis de nossa caminhada rumo à construção de nossos sonhos : e de mãos dadas, demos o primeiro passo.
Agora, cada um de nós seguirá o caminho que escolheu e, é provável que a maioria de nós não volte a se encontrar, ou talvez não, e a gente acabe se esbarrando , casados e com filhos, mas uma coisa é certa: um pedacinho dessa turma estará sempre conosco. E essa será nossa contribuição ao mundo: fazer um novo terceiro F a cada obstáculo que tivermos de superar. Afinal, haverá sempre uma interferencia a ser feita, uma exclamação a ser proclamada e um assovio a obstruir o silêncio.
Entao tá gente, beijo tchau!

Rochinha anota um asterisco ai:
EU AMO VOCES!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sem bláblá.

Eu no seu lugar não iria querer ser a próxima vítima. Te garanto que como você eu já vi milhares. São comos asiáticos, só mudam de nome. As vezes nem isso. Conheço o seu repertório sem sequer ter ouvido sua voz. Voce acha que joga, mas cai no meu jogo achando que tá dando xeque mate. Se voce soubesse, que nesse jogo... nesse, meu jogo, não há vencedores e que pra perder basta estar no jogo, é se voce soubesse pararia com esse blabla e ia brincar de war com gente do seu tamanho.

sábado, 13 de novembro de 2010

Férias de mim.

Precisa- se de férias. De tempo de ter nada na cabeça, e de se orientar somente pela posição que o sol ocupa no céu. De pisar na grama úmida de sereno e sentir um arrepio súbito subir pelo meu corpo. De me afundar na areia, na terra ou em qualquer outro pedaço sugante da litosfera que me faça sentir parte da natureza. De sentir o vento lamber os meus cabelos com a voracidade de um ser que tem fome. De andar sem destino, ser abordada por um desconhecido e inventar uma versão de vida para transeuntes. De não ser chamada pelo nome, de não ser chamada por ninguem. De sentir o sol deitar sobre mim,e queimar minha pele. De ter tempo para correr, bater uma bola e ouvir. De chorar sem motivo, sem ter que me explicar. De ver sol e chuva num deslumbramento da física se transformarem em um belo arco iris. De ouvir aquelas música bem velhas, piegas, da geração do meu avô e que fazem minha alma sair de casa. De me apaixonar e desapaixonar, sem culpa, cada vez que o meu rosto cruzar com o de alguem suficientemente vivo. De ver você nas pessoas e não me sentir um saco nostalgico sem fundo. De,por grande ironia, rever o meu algoz e reencontrá-lo tão vítima quanto antes. De fechar os olhos, e ouvir as ondas que tanto batem até que furam,e que na sua mais sensivel agressividade , propagam o som mais confortante e penetrante que eu já ouvi em toda minha vida. Sem dúvidas, é tempo de tirar férias. Férias de mim.

sábado, 30 de outubro de 2010

os seis,sete.

Foi outubro chegar pro aperto no coração mostrar que veio pra ficar. Daqui pra frente, todos nós, cada dia com mais vontade vamos querer que esse sofrimento de terceiro ano e vestibular acabe logo.Mas , é dificil pensar que nesse meu desejo de fim de ano, se inclui o adeus da nossa rotina de amizade. Daqui pra frente, serão voces5 jogados em uma faculdade de direito, um gordo capado na faculdade de engenharia civil, e eu, espero, que em uma faculdade de medicina. Não sabemos como vai ser, se vamos morar na mesma cidade ou se seremos separados por km doídos de distancia. Talvez nosso plano de se ver pelo menos uma vez por semana, só se cumpra por um ou dois meses. Talvez dure mais. O fato é: isso não importa. Nossa amizade não é comum. Somos um grupo de pessoas que se adoram, se espancam, se xingam e se cuidam. Cada um de nós, sabe melhor que ninguem, o valor que cada risada teve no meio da nossa cansativa carga horaria, o valor do abraço sacudido e seguido por um beliscão, o significado de cada palavra de apoio,o significado da bipolaridade da bianca, da dança incaricaturavel do ygor e de seus beijos nojentos com a bib's, das crises da gabriela, das cantorias inaudiveis da tata, das historias de pegaçao do vidy,e dos meus gostosos beliscoes. Isso tudo faz de voces a lembrança mais latente e gostosa do ano mais intenso da minha vida. É por essas e outras, que eu não sei não amar voces.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

wake up

A sensação é velha, mas cai sobre meus ombros como vento novo.É como se eu estivesse dormindo durante meses, sonhando com a insistente mesmice, e de repente, não mais que derepente, caisse da cama com o barulho mórbido do meu despertador. Tão ensurdecerdor quanto meu animado toque de despertar, estavam os meus pensamentos. Não sabia se dizia, se queria, se amava, ou se simplesmente nao sentia nada mesmo. Um tipo de angustia ia me almofadoando por dentro, me fazendo sentir pequena, pequena, tornando me um refugio frio, embora acolhedor ,cor púrpura. Eu não podia dizer o que voce queria ouvir, eu tentei, mas nao consegui, nao pude.. tanto tempo se passou, e eu sempre estive mergulhado em nós, vendo voce, voce e voce, e agora , não por cansaço ou amor própio (como deveria ser) , mas por livre e tão espontanea vontade, que eu mesma fui a última a saber; agora não respiro mais você, não penso em você e não quero mais. E o que sobra é só um quarto escuro vazio com cheiro de bala de melancia, e a porta entreaberta...
O que foi não volta, mas a maioria das coisas nunca se vai completamente. Te amo, mesmo não amando mais.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Urgência.

Anoiteceu e amanheceu um milhao de vezes até hoje. Hoje está anoitecendo, mais algumas horas, e amanha será dia. Tão certo como dois e dois são quatro, depois do manto estrelado vem o sol faiscante. Isso vale para tudo na vida. Não tudo, é certo. Mas, quase tudo. Não importa em que ordem isso aconteça, grandes alegrias são sempre precedidas ou sucedidas de alguma grande pequena tragédia. É quando voce está lá naquele jardim, confiante de que hoje, diferente de ontem, antiontem, e do mes inteiro que se passou, aquilo ou aquele, vai te dar o seguro que o porto queria. O que sucede essas pequenas grandes minusculas tragedias de todos os dias, é aquele, insistente cinza aveludado que preenche o vazio com coisas sempre tão mais cheias de vazio, que nos deixam cheios do vazio de sermos nós e só. E nessa urgencia, de esvaziar de mim acabo me enchendo demais dos outros, quando na verdade tudo o que queria sem querer era esvaziar daquilo que mesmo não sendo ainda era, e que por isso nao me deixava ser. Anoitecerão e amanhecerão um milhão de vezes, até que eu consiga... maldita urgencia.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

quarenta graus.

Nesses dias quando o ar seco e quente insiste em repousar sob nossas cabeças, tudo parece ficar mais a flor da pele. A paciencia que já não é grande se anula, e tolerância começa a apresentar sinais de escassez. Não vou tirar a culpa desse meu temperamento tempestivo, mas vou dividi- la com essas variaveis climáticas e ambientais que muito influenciam meu humor. Primeiro porque o calor tem um grande poder sobre mim. Não é segredo pra ninguem que me conheça o minimo que seja, que eu sou extremamente inquieta e agitada. Se normalmente muita gente não tem paciencia, imagine só no calor. É como se a minha alma saisse do meu corpo e eu ficasse tao descontrolada atras dela que perdesse a noção de rumo e espaço. O calor me tira de mim, e me faz invadir o espaço de quem por causa do calor não quer contato com ninguem. Ai vira, aquela bagunça tipica de país tropical, onde 40 graus é a temperatura do povo, e não do ar.

domingo, 5 de setembro de 2010

lágrimas e ventos.

Outro dia mesmo estavamos lá, só nós dois passeando pelo espaço cultural naquele monza azul ouvindo roberto carlos. Nos tinhamos um ao outro como a melhor parte do dia. Eu ficava na pracinha esperando ansiosamente um homem de cavanhaque que mais parecia um lord e por quem eu devotada o maior amor do mundo, pra me pegar no colo, apertar minhas buchechas e me fazer adormecer só com o contato do seu hálito quente e acolhedor. Mas ai, o tempo veio, o bebe cresceu, e o homem sentiu que perdeu a sua goldinha. Não, ele não perdeu. Não vai perder nunca. Porque mesmo que esse homem cometa seguidas vezes os erros mais insanos, e a machuque de uma forma irremediavel, ela ainda vai olhar nos seus olhos e ver a segurança para dormir em paz. Mesmo que ela se sinta trocada, e vulneravel, ainda assim, vai ver no seu sorriso a felicidade que ela pensa nao encontrar nunca mais. Mas, a paixão que sua goldinha te entrega em cada olhar, mesmo durante as brigas, não vai ser a mesma. Nem melhor, nem pior. Agora num só olhar, existirá dor e amor coexistindo, fazendo enxergar por trás do herói, um ser humano bastante humano.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

meu tempo

Não fosse essas milhões de indecisões paradoxais aqui dentro, eu diria que estou num grande momento. Cheia de mim, botando os restos de voce, voces para fora. Não existe mais lugar pra nós. Ou vocês ou eu. Escolhi a mim. Quero me absorver, reabsorver até não ter mais dna para ser codificado. Vou me conhcer na integra, até entender de uma vez por todas, essa lógica absurda na qual circula meus pensamentos. Quero saber de onde brota essa indiferença que faz secar a mais insistente das minhas lágrimas, e confirmar se é de lá que sai todo esse amor, que eu meio dou e meio guardo todos os dias. Não gosto de meio termo, vocês sabem. Mas sou meio amargo e meio ao leite. Engraçado ou não, eu não venho com livro de receitas , nem manual. Vou ter que descobrir tudo na marra, dando a cara a tapa e pagando pra ver. Vou precisar de mais um tempo... Desce mais 300 por favor.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Pau que nasce torto.

Não precisarei dizer meu nome, tampouco o seu. Vou abrir pro mundo essa alma prolixa desapontada com o mundo, e com você. Da primeira vez, eu sabia que terminaria mal. Você era o fruto do jardim do éden que me levaria sem atalhos ao maior dos meus pecados. Não te evitei, e deixei as coisas sairem do meu controle. Era tudo o que eu queria. Não controlar a situação, e não me sentir culpada por estar ignorando a minha razão. Me senti culpada do mesmo jeito. Porque num belo dia você iria provar que não tinha mudado, que era o mesmo moleque desajeitado e irresponsavel que eu havia conhecido. Não cheguei a me apaixonar de fato por você. Havia muito amor em mim, mas não era seu. Nunca foi,e não será. Mas sei lá. Bateu aquela duvida. Nos eramos dois errados errando juntos. Logo, pensei no potencial latente que duas pessoas erradas tem de dar certo. Podia ter sido conosco. Eu até tentei não errar, voce tambem. No seu caso, a natureza falou mais alto. Nada que uma mentirinha (dessas que voce sabe contar como ninguem) não ofuscasse. Não foi dessa vez. Mentira tem perna curta, e voce se esqueceu disso. Bancou o bom moço por dois dias, até as bocas sairem de boca em boca hablando por ai. Dai, a verdade veio a tona e eu não pude controlar o arrependimento que vem junto a tristeza. Mas, tudo bem. A culpa é mais minha do que sua. Essa minha mania de dar chance ainda irá me arruinar. Tava tudo dando certo, a chance era sua e estava á prova.E entao...
Então,você me fez descobrir que escolher dói, e que a mentira é mais dolorosa pra quem conta do que pra quem ouve. Você não me decepcionou, essa não é a palavra. Mas me fez enxergar o que eu não queria ver, e isso sim dói. Dói porque te faz se sentir a pessoa mais imbecil do universo , que errou porque deu uma chance. Machuca porque me faz, por pura proteção, achar que ninguem mais no mundo merece um chance. Inclusive eu. Mas não vou terminar isso com um nunca mais, de cara fechada ou com lagrima nos olhos. Dessa vez, vou terminar olhando nos seus olhos. Não tenho motivos pra fazer diferente. Pra você que é feito de mentiras, vou te olhar com olhos de verdade. Vou encarar esses seu olhar obliquo e dissimulado, sem piscar. Vou fixar o olhar em você, sem pronunciar uma palavra sequer. E quando voce se der conta de que esses olhos que te encaram, são os olhos certos , vou abrir aquele sorriso amarelo com sabor de nunca mais, e dar as costas pra você. Pau que nasce torto nunca se endireita, e por favor, não minta que não.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Interprete como quiser.

Não queria ter que chegar a essa conclusão, mas aqui estou. Metade dos meus problemas é fruto da subjetividade que me ronda. Isso mesmo, metade. Você pode não estar me compreendendo, e é certo que estou sendo subjetiva demais para ser entendida. Pois entao, entenda o que quiser.
Não, não pense. Isso é um conselho, desses mediocres, mas que evitam muitas cartelas de neusaldina.
A subjetividade é uma arma dessas que a gente pensa que está ao nosso favor, e que na
verdade está por um tris de nos matar. Essa subjetividade, é na verdade o que chamamos de interpretação. Essa que pode te fazer entender tudo ao contrário, enterrar fatos e criar ilusões.
Interpretar é usar toda a sua imaginação pra tentar entender as coisas. Só que as pessoas se esquecem de um pequeno grande detalhe: Interpretações não anulam fatos.
As coisas são como parecem ser, e isso me parece inquestionavel. Se ele não te ligou, é porque não estava afim de conversar com voce. Se não te procurou, ele nao quer mais. E nao venha com essa conversa de ele é timido, tá com vergonha... Isso não existe. Não vá alem dos fatos. A maioria das pessoas nao diz uma coisa querendo dizer outra, e quando a fazem certamente o que não foi dito será algo que sua imaginação nao alcançara. Não acredite no que as pessoas dizem, acredite em ações, creia naquilo que os seus 5 sentidos possam alcançar. Não se martirize com o que o outro quis dizer,quis parecer ou quis fazer. Preocupe-se com o que é feito. Aceite certas verdadades doloridas, e tome cuidado com as verdades que você gosta de ouvir. A maioria delas atende pelo nome de ilusão, e são capazes de te levar do céu ao inferno. Não pare de interpretar. Pelo contrário, interprete. A diversão está nisso. Mas não inverta a hierarquia básica: Fatos,antes de interpretações. Ou então não me leve a sério. Cada um interpreta como quiser.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

tudo vira dor.

Dizem que o senhor é muito sábio. Tenho uma pergunta que eu acho que só você vai saber responder. O senhor, sabe no que é que se transforma tudo o que a gente guarda pra si? Eu me refiro áquelas palavras que morrem antes de chegar à garganta e nunca serão pronunciadas, ao gesto que nos censuramos antes de acontecer e por isso nunca existiram. Falo por aquela pergunta que nunca fizemos por medo de ouvir a resposta, ou aquela constatação que não fizemos pwlo horror em ser obvios. O que vira aquela dor que não contamos que sentiamos por medo da fraqueza? Me diga senhor, não se cale agora. No que se transforma o sentimento que não foi dado, as palavras que não foram ditas e o pensamento que não vira ação? Dizem por ai, que tudo vira enfermidade. Psicologica ou não, ela concerteza vai atrapalhar sua vida um dia. E nesse dia voce vai querer voltar atrás, pra fazer tudo de novo e desta vez, tudo aquilo que não foi feito. Mas, não adianta. Relógio não anda para trás, o tempo não para... Você não vai ter outra chance, acredite nisso. Essa é a ultima. Então vá lá. Fale,faça.Seja imperativo, faça imperativo, viva imperativo. Seja verbo. Se preocupe menos em dar adjetivos ás pessoas. Sua maior preocupação deve ser as suas não- açoes. Essas que voce deixa de fazer todos o dias pra nao parecer blazê demais, bizarro demais, grudento demais, apaixonado demais, idiota demais, arcaico demais... demais. Pareça o que você quiser, mas não deixe aquilo que não foi e poderia ter sido fazer seu lado claro escurecer.
O sábio senhor, interrompeu- me e ponderou:
A dor da alma se concretiza na carne, e os que não creem nisso não deveriam pagar para ver.
Mas, senhor...











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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Saída de emergência.

Odeio sentir isso. Mas não dá pra negar. Estou mesmo atrasada. Ver que as coisas realmente mudaram é assustador. Principalmente quando tudo muda, todos mudam e voce continua tão tola esperando o seu ônibus passar. É sempre um equivoco pensar que pessoas como eu vão sustentar uma vida cheia de mais ou menos por muito tempo. Não adianta. É oito ou oitenta. Um dia você larga tudo e noutro quer tudo de volta. Muda de opnião toda hora e sempre diz que nunca mais. Nunca mais nunca, pelo amor de Deus. Já me cansei das minhas própias promessas. Sempre termino onde eu começei. Ando em circulos, as vezes danço em elipse, mas sempre volto ao ponto de partida. Isso não é ruim, nao pense isso. Ruim é alguma coisa que a gente não gosta que aconteça com a gente. E no fundo, é provavel, que eu goste do ponto de partida. O capitulo genesis da minha vida, mais parece o apocalipse. Isso movimenta tanto a minha vida , preenche de tal forma a minha cabeça que não me dá tempo de tentar mudar de rumo. Então, enquanto eu ando em circulos fico observando aquele abismo que separa a gente, sendo assoreado pelos ventos que se bandearam pro lado de cá desde que você foi. Isso me faz envelhecer tendo a mesma idade. Cansa minha beleza e deixa meu coração igual uma azeitona fincada por um palito de dente. Agora desvira tudo.
A vida da gente é um grande circulo entrelaçado cheio de laços e fitas ,que nos prendem sem nenhuma explicação aparente. Tudo bem, mas eu estou no circulo errado. Por favor, voce pode me informar onde é a saída?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

PAI.

Bela ironia. Eu que adoro verbalizar fico sem palavras quando quero falar de você. Nossa relação é muito diferente dos contos de fadas. Somos pai e filha bem reais, clássicos eu diria. Você com um gênio irrevogavelmente dificil de conviver e uma mentalidade super ultrapassada, e eu com um gênio igualmente dificil e uma sede incontrolavel de fazer das minhas verdades, a verdade do mundo. Somos assim. Não conseguimos ficar mais que dois dias sem brigar. É voce de um lado tentando fazer prevalecer seus argumentos , e eu do outro berrando pra ser ouvida. Pode não ficar na cara, mas eu morro de medo de te perder. Você é o meu bem mais precioso. O cara que no fim das contas, do dia e da vida eu sei que vai estar do meu lado. Fazemos tudo ao contrário e somos iguais até nisso. Você prova que me ama com suas criticas e lições de moral repetitivas e sem fim, e eu te irritando até voce perder as estribeiras e dizer que eu sou um caso perdido. E em todas as nossa milhoes de fases e inconsistencias, a gente se acusa, grita, e se magoa. Ai voce fica meio dia sem olhar pra mim, e eu duas horas até esquecer. É pai, o que seria de mim sem você? Você é o significado do amor pra mim. Amor mesmo, de verdade. Aquele amor que é ferido e se fere o tempo todo e continua amando, aquele que amor que até mesmo quando quer odiar e deixar de amar continua amando. Assim é o que eu sinto por voce. Por isso, todo dia quando levanto da cama peço a Deus que deixe os seus rins e o seu coração funcionando direitinho. Entre outras coisas, é pelo mesmo motivo que eu te daria meu rim, meu coração e qualquer coisa que voce venha a precisar. Só não quero, ter que lembrar de voce e sentir o coraçao ficar pequeno, a boca secar e arrepio me tomar. Te quero comigo, aqui. TE AMO.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Voglio fiamme.

Quem brinca com fogo acaba se queimando. Mas, dessa vez não.
Se de todas as ultimas vezes que prometi que não me apaixonaria, e nao me entregaria tão cedo, eu falhei, agora é diferente. Não quero você. E nao vou mudar de idéia, boto minha mão no fogo por isso. Não ligo muito para os seus milhoes de defeitos gritantes, alias eles tornam minha vida mais fácil. O que me intriga em voce, porem, é o fato de todos apontarem suas crises, e no fim das contas acabarem se apaixonando por ela. Eles se importam demais com o seu jeito imbecil e deparafusado de ser. Eu não ligo. Até gosto, pra ser bem sincera. Gosto do fato de nao ter que me preocupar em não me apaixonar por você. Você faz esse trabalho sozinho. Com as suas mentiras de pescador , voce torna meu gasto de ATP minimo nessa empreitada. Por isso não boto um ponto final nisso logo. Quero continuar nesse movimento involutário de conviver e não me envolver com você. Me sinto segura, de saber que dessa vez só vou ser enganada se eu quiser. Me alivia, inclusive, ter o controle da situação, sem ilusões, com a pretensão meramente decorativa de que dessa vez, diferente das outras não vou me decepcionar. Não dá pra se decepcionar com quem não te faz esperar nada. Não ter expectativas, talvez seja a solução desse meu problema de tantos anos.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

ao mesmo tempo não violão.

Outro dia no meio de uma conversa de amigas, uma delas me questionou se era possivel alguem estar apaixonado por duas pessoas ao mesmo tempo. Eu ponderei, e gesticulei com certa incompreensão. Não que eu não acreditasse, mas achava a situação delicada demais para ser generalizada. O que eu respondi a ela, foi que na verdade, ao contrário do que a maioria das pessoas que estão nessa situação pensam, provavelmente nunca voce gostara de duas pessoas com a mesma intensidade. Alias, o mais comum é que voce até saiba de quem voce gosta mais, mas mesmo assim continue alimentando a dúvida. Isso é bastante aceitavel. Porque pode acontecer de voce ter de um lado uma pessoa com quem você tem toda uma história e do outro um novo tão excitante, de dar inveja a qualquer olho magro. Se por um lado um é discreto, simples e timido e voce adora, a outra pessoa é super extrovertida, nao passa despercebida nunca e é um poço de teorias 'we are the world' ,e você acha um máximo. O que me consta é que na maioria desses casos, nós sempre escolhemos e escolheremos aquilo que tem mais historia, que já é quase que um costume seu, em outras palavras, seu porto seguro. Não me pergunte porque. Talvez todos nós concordemos que dar uma chance ao novo não vale a pena. Ou talvez nao pensemos isso, mesmo agindo como. O que tem que valer nessa hora é a nossa felicidade. Se o que faz a gente feliz é aquele seu namorado de longa data super ciumento que mora no quinto dos infernos, porque ter duvidas com um garanhão de meia tigela do colegial? Se há quem dia que é melhor um passaro na mão do que dois voando, eu digo que é melhor uma mão vazia do que cheias de pombos quando tudo que se quer é uma águia.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

lua na íntegra

Você não acha que está na hora de se mostrar não? Quero te ver despido desse seu personagenzinho patético que você criou. Pode tirar a pele de cordeiro, vai mais fundo ainda e tira a carcaça de lobo mau, quero te ver na íntegra. Quem sabe assim o seu bom comportamento se torne oficialmente uma farsa. Ou quem sabe, sua frieza passe a combinar com o que você é de verdade. Ta ai, eu nunca me apaixonei por você como eu pensei que tivesse. Na verdade, eu me apaixonei pelo que todo mundo via, pelo sacro smartman que você mostra ser. E agora, meio atrasada, super em cima da hora eu vi você realmente. Vi que aquela mentira que por ser sua virou mentirinha, e que aquele vacilo que por ser seu virou errinho,ou talvez aquela insegurança que sendo sua se tornou uma duvidazinha, são partes coadjuvantes dessa sua farsa. Você é genial nas suas mentiras.Consegue me enganar, até quando eu me convenço de que não acredito mais em você. E nessa sua fuga, nesse medo indiscreto de me olhar nos olhos e dizer o que sobrou no coração, você me decepciona outras vez. Mais uma. Amar em um dia e ter duvidas no outro acontece, eu sei.
Essa é a face oculta da lua, que ninguem aqui da terra conseguiu ver. Parte oculta essa, que eu devia ter visto naquele primeiro de maio de lua cheia.

domingo, 4 de julho de 2010

menos um

Não adianta discutir. Insistir é perder. Tem coisa que a gente arrasta tanto com a barriga que quando vê, vira uma bola de neve. Facil,facil,facil. Temos de aceitar nossa incompatibilidade de personalidade.Parar de dar murro em ponta de faca. Vamos dar a vez ao cansaço. A paciência esgotada nao quer falar. Não há explicação nem perdão a ser dado. As nossas incoerencias se encontraram em uma incoerencia só. A de nao querer mais querer. Não queria estar nessa história. Queria sumir daqui. Ir pra lua passear e lá de longe ver as aguas calmas do lago se movimentarem. Não posso, não quis.E nesse chumbo trocado, o que não costuma doer acabou machucando. Mais um soldadinho de chumbo fora do jogo. Menos um.
São anos, o número é dois e o drama ainda é mais que isso.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Cala boca, e molha antes que endureça.

Não é pra você. As vezes escrevo de mim, em outras escrevo meio ilegalmente a sensação alheia. Necessidade de falar dá nisso. Se em boca aberta entra mosquito, a minha ja está entupida. Falo o que devo e não devo, falo o que penso, o que não penso e o que eu suponho. Talvez seja por isso que em relação a voce, eu sofra tão menos. Não guardo nada pra mim. Nasci para verbalizar. Não escondo, me mostro do avesso e dou uma arrumadinha pra nao horrorizar. Sim, do avesso. O avesso, porque é mais nitido, menos padronizado, mais eu. Não tenho muita vergonha de me sentir incompleta, tampouco de nao ser a melhor. O que me envergonha é o pior que eu posso ser. Aquela parte de mim que fica lá naquele quarto escuro do inconsciente do qual Freud já alertava perigo. Disso eu tenho vergonha,e antes de tudo medo. É dessa escuridão insana que saem as armas. O que me alivia, porem, é aquela sensatez que mesmo incoerente e desajeitada faz nascer flores em canhões e faz do pior o meu melhor.
Falar eu sei. Agora quero aprender a ouvir. A entender a dor alheia, sem julgamentos. Quero ajudar a diminuir o vazio, sem entupir de tralhas. Quero espremer até caber só amor.Até trazer de volta o que meio foi e meio ficou. Pra isso, vou me virar do avesso e vou desvirar, porque agora o meu pior vai virar melhor,e a semente vai brotar, nesse coraçao de argila doido pra amolecer e de amor transbordar.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

NL.

O que você sentiu quando me viu lá? Depois de tanto tempo, meses, sei lá. Tanto tempo que não te via. Foi apenas uma aparição sem troca de palavras, sem gestos, sem sentimentos extrapolados. Foi singelo. De repente, olhar pra voce ali no altar me fez ir visitar todo um passado que minha memória ja não mais alcançava. O tempo não passou pra nós. Na verdade, a realidade é um pouco mais paradoxal que essa. O tempo passou, tudo mudou e a história é a mesma. Se o final era o simples tchau, ontem o que se viu foi uma falta de adeus. Fico rindo sozinha pensando nisso. Das minhas milhões de fases e paixões conturbadas, essa é a que eu sinto mais pertencer a minha história. Foi onde eu mais meti os pés pelas mãos e tampei o sol com a peneira . E por engano do acaso, ou não, me afastei da vida interiorana e de tudo que estava nela, e isso incluia voce. E hoje, quando sinto saudades, fecho os olhos e vejo o bicame sob o céu estrelado com você ao fundo deixando escapar um sorriso meio de lado com cara de despedida. Meu lugar já não é mais minha nova lima nova.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Faltando Pedaço.

Por aqui as coisas não mudaram. Continuo no mesmo lugar, do mesmo jeito. Por ai, o tempo passou e fez você andar. Se voce andou para frente, houve quem desse dois passos pra tras. Mas, eu parei por aqui. Ver sua vida acontecendo, mesmo de longe, me imobiliza. Se eu dou um passo pra frente, um vento torna a me puxar. Se me arrisco na loucura de dar passos pra tras, um impulso cósmico me traz de volta. Não consigo sair da sua orbita. Sempre volto pra você. Se tento com outros, termino na certeza de que você é o melhor pra mim. Se fujo dos outros, acabo me refugiando nas nossas lembranças. Se tento te esquecer, vem aquele detalhezinho que me faz lembrar voce. Se fico meses sem lembrar , vem semanas em que tudo não me deixa esquecer. Cansei de brincar de cabo de guerra com esse sentimento. Você venceu. Apartir de agora não havera mais um esforço sequer pra te destruir. Vou deixar você ai, sozinha nessa armadilha que tu mesmo criaste. Vou deixar você morrer de fome ,e de sede agonizar. Vou te torturar até os meus últimos instintos. E quando você se for, no coração vai ficar faltando um pedaço, que nem a lua minguante, que nem o meu eu nos seus braços...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Onomatopéia das carroças.

Tem gente que ama reclamar. Reclama do frio, do calor, dos amigos, do trânsito... e não há nada que escape do olhar amargo e insatisfeito dessas pessoas. São o tipo de gente que nós costumamos chamar de 'velhos rabugentos'. Mas ainda pior do que os velhos rabugentos são os jovens rabugentos. Não há na terra, acredito eu, quem consiga conviver sem sentir um pingo de incomodo com um jovem desses. O que os torna mais insuportaveis é o fato de usarem toda a vitalidade caracteristica da juventude para reclamar e por defeito nas coisas. Nada nunca está bom, o seu problema é sempre o maior do mundo e seu pensamento faz uma gigantesca orbita em volta do seu propio umbigo.
Quando vejo uma pessoa dessas, logo passa na minha cabeça a ideia convicta de que elas são super insatisfeitas consigo mesmas. Por isso não consigo ter raiva delas, apenas compaixão. Se elas colocam tanto defeito nas coisas, nos lugares e nas pessoas é porque precisam sentir o tempo todo de que não só elas estao 'erradas' no mundo, e que tudo está desandando no mesmo compasso que vida delas. De certa forma isso é uma maneira de se defender de si mesmo, de tentar conviver com o sensação de nao pertencer a microsociedade na qual estão inseridas.
Infelizmente essas pessoas acabam afastando as pessoas ao seu redor. Por isso, se você só tem reclamado, só tem abrido a boca pra criticar e censurar, lembre se que dos que não dizem nada, poucos são os sábios que ficam em silencio.
E como já dizia meu pai, carroça que barulho faz, vazia está...

terça-feira, 15 de junho de 2010

calor de tanto frio.

O retrato hoje é outro. Unhas quebradas, olhos fundos e cabelos lisos. Suspendi a base fortalecedora, meu lápis dior marrom e meu creme de cabelo pra cachos definidos. Não quero mais. Deu na telha fazer tudo ao contrário.Digo e não faço. Não falo e faço. Estou curtindo minhas inconsistencias e todas as impossibilidades decorrentes dela. A bipolar agora sou eu. Sou eu quem não sabe o quer, e que quero e não sei. Sou eu quem foge da luz como uma barata albina.Sou eu quem não tem nada a dizer.
E assim passam os dias, e o frio que insiste em cobrir esse belo horizonte me faz ver as ultimas folhas do outono cairem. E o que vem depois do outono é só um inverno frio e seco, sem você. Mas nada que um bom agasalho e um chocolate quente não resolvam.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sogno

Até onde você vai por um sonho? Essa pergunta por repetidas vezes foi o que conseguiu manter o sonho vivo. Nunca quis ser médica. Quando criança, eu passava horas na praçinha ou na varanda da casa de meus avos dando aula para meus alunos imaginários. As vezes trocava os momentos de aventura com os garotos da rua, só para me dedicar aos meus aluninhos. Mas hoje alem dos 10 anos que separam o que eu sou hoje da garota mimada do retiro, tenho o sonho de ser médica. Tenho vontade de cuidar de gente. Tenho sede de entrega, de doação integral. Quero tanto isso que mal consigo ver o que me cerca. Embora, meus olhos espelhem uma certeza digna de dar inveja, rotineiramente eu me afundo em duvidas. Não seria minha oratoria e minha sede de justiça, sinais evidentes da vocação para o direito? E minha paixão por escrever, uma prova viva do talento para o jornalismo? Mas e a minha vontade de criança, será que não seria eu muito mais feliz como professora de biologia? São tantas conjunçoes adversativas que fazem da minha certeza o mais hipocrita dos discursos. O fato é: não sou a melhor aluna da sala (estou longe disso) e dificilmente conseguirei driblar uma concorrencia de 50 pessoas por vaga. (não estou descrente em mim, é só um realismo honesto comigo mesma) e para continuar meu drama, eu nao queria ter que fazer meu pai pagar uma mensalidade tão cara como a de um curso de medicina. Principalmente por saber que todos os meus planos em relaçao a medicina não incluem grana alta, e sim uma vontade imensuravel de cuidar de quem precisa.
Nao vou nem concluir esse texto, pois não há conclusoes, nem certezas. Não há nada alem de sonhos sonhados por terceiros , e terceiros sonhos gritando por uma ultima reflexao.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quina da sorte

Voce me faz ter preguiça de voce. Nessa sua bipolaridade que reveza com uma apolaridade de tirar qualquer monge do sério, vou do céu ao inferno. Isso me faz ter que controlar o incontrolavel. Me faz reprimir desejos que eu só queria suprir. Não quero atestado de fidelidade e amor incondicional alem da distancia. Eu só quero isso. Ter voce ali quando der vontade. Poder ser guiada pelo seu cheiro sem saber aonde isso tudo vai me levar. Mas enquanto voce continua ai em cima do muro, vou deixando minhas unhas crescerem , prontas pra quebrar na primeira quina do armario do seu quarto...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Pode botar pra quebrar alergia, minha cara é sua.

Não sabia, antes de hoje, o quão assustador é acordar e nao se ver no espelho. Não, eu nao estou com problemas oftamologicos, estou sofrendo é de alergia. Alias, alergia é tipo virose, quando o médico não sabe bem o que voce tem, ou diz que é virose ou alergia. Pois bem, acordei com a cara mais enchada do mundo, vermelha, sem conseguir nem abrir o olho. Tive de ouvir super feliz o discurso assistencialista do meu pai dizendo que eu ia ficar assim pra sempre, que minha pele nunca ia voltar ao normal e que eu era a mais nova aleijada do bairro. Só não chorei, porque eu não acreditava no reflexo do espelho. Pior do que hoje vai ser amanha, nao sei se minha cara vai piorar, melhorar ou continuar absurdamente assustadora. Mas bem, nao quero ficar reclamando. Nem foi tão ruim ver todo mundo na rua quebrando o pescoço pra ver de novo minha cara de broa assada. E usar aqueles oculos de diva da minha vo, que tampam até a minha barriga? Foi magavilhoso. E de bonus ainda levei um belo aprendizado: Quando a cabeça não pensa, o corpo padece.
Desse eu nao vou esquecer nunca mais, pelo menos enquanto eu olhar no espelho e ver isso. haha

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Certeza de que... de nada

Tenho fascinio por gente que tem certeza. Não importa se a certeza é sobre o corte de cabelo ou sobre a cor do sapato de camurça. Não há réplica mais bonita do que : 'é esse que eu quero concerteza'. A verdade bem lá no fundo, é que todo esse fascinio se baseia unicamente na minha dificuldade de escolher. Não que ter certeza seja algo dificil pra mim, mas só o peso de ter que escolher faz tremer o mais sólido dos meus saltos 15. E agora quando a certeza despontava no horizonte, tudo muda e eu volto a ter duvidas.
Dizer que não sabe o que quer é desculpa hipócrita de quem tem medo de se assumir.
Todo mundo sabe o quer, bem no fundo.Ou voce vai dizer que nunca quando voce esteve em duvida sobre qual sapato usar, e sua mãe e suas amigas escolheram um, e voce desolada vai até a sala interrompe seu irmão no videogame, e entao ele diz que prefere o outro, e com 3 votos a 1 você escolhe o que seu irmão apontou. Tudo pura e simplismente porque voce já sabia qual sapato usar, só queria que alguem confirmasse.
A verdade é que esperamos o tempo todo sinais e confirmações para termos certeza. Queremos que mamãe assine embaixo e que a amiga bote fé. Mas nem sempre é assim. Nem sempre eles irão escolher o sapato que voce quer, e ai voce vai fazer o que? Ir com o outro e ficar o resto da noite insegura ? Tá na hora de parar com isso. Que seja irracional, passional mas que seja sua a certeza. Te garanto que o resultado é muito mais positivo, afinal bancar uma decisaõ própia é muito melhor do que bancar escolhas alheias.
E quer saber? Não sei onde isso vai parar ou se vai parar. Não sei mais querer além do querer por querer. Não sei desejar menos que o desejo de desejar. E inteira,intensa , pronta pro momento, vou seguindo o calêndario com a pressa de um jabuti em fuga e com a certeza devagar e sempre.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

DEFEITOS

Perdi as contas de tentar contá-los. Apesar de serem tão meus, eu os vejo o tempo todo nas pessoas. Não nego que as vezes por tudo que me foi ensinado eu os odeio. A cultura e a religião os tornam tão vilões que fazem qualquer pequeno se sentir o pior do mundo por possui- los. Mas não me sinto assim com relação aos meus. Os amo de tal forma que acabo por torna- los a mocinha da trama. De fato meu amor nao os torna menos perversos ou ligeiramente melhores, mas os tornam mais humanos, menos infernais e deliberadamente intensos.
Não há no mundo quem diga que egoísmo, criticismo, ira e possesão sejam qualidades. Não há quem em pleno estado mental queira ser ou ter alguem assim. Queremos ser santos. Vivemos para ser a boneca da barbie. Linda, sem defeitos, absoluta... E mesmo que os mais sábios e vividos nos digam que não há perfeição, caimos como patinhos na rede.
Simplismente somos criados e ensinados durante toda nossa vida a ignorar e negar os nossos 'defeitos'. Fingimos que não os temos, e apontamos o dedo com extrema arrogancia para o dos outros. Por isso é mais fácil dizer o defeito insuportavel do seu irmão do que o seu.
Esses defeitos, são como mochilas que nós carregamos as costas, e que faz com que quando andemos em fila indiana (entregue ao individualismo) vejamos só a mochila de defeitos do outro. Mas antes de apontarmos com indignação a grande mochila do outro, deveriamos ver o quanto a nossa mochila tem interferido na nossa saúde vertebral. Se não soubermos mudar de postura, estaremos sempre entregues a lordoses causadas por defeitos nossos que só os outros sabem que nós temos. Está na hora de lavarmos bem as janelas e ver que a sujeira não é alheia...
A receita para isso é simples: água, boa vontade , detergente e auto aceitação.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

JANE s2

Hoje faz algum tempo que voce me deixou. Sinto uma gama de sentimentos tão complexos que juntos se resumem na maior simplicidade da palavra saudade. Já ouvi muito sobre saudade, que é o amor que fica, os pedaços de nos que deixamos pelo caminho, mas nada que chegue perto disso que sinto em relação a você. Nós começamos tão timidamente, mas o nosso encontro de almas foi tão forte que fez uma diferença de quase 40 anos de idade, parecer um ano ou dois. Você conheceu o melhor de mim, e eu de você. Nossas conversas, assuntos interminaveis e suas historias de quem viajou o mundo inteiro, que me deixavam quase sem piscar. Suas dores de cabeças interminaveis e suas reclamações de como sua filha era bagunceira. Voce era tão absoluta, tão cheia de vida, eu me via em você. Eu te amava e nem dizia, porque era muito explicito. Era claro demais para ter que ser declamado ou gritado a plenos pulmões para o mundo. Nos nossos ultimos tempos juntas, eu passei a te chamar de mãe. Porque amizade havia se tornado pouco para nossa relaçao de adoração mutua. E hoje aqui, sem voce, me lembro da ultima vez que voce me buscou no colégio. Me lembro da sua convulsão e do meu pedido desesperado de socorro. No meio de tanta gritaria, eu ainda encontrei tempo pra gritar que te amava. E acredite, me culpei muito tempo depois por ter dito isso só naquele momento. Principalmente, quando eu saia de casa e olhava para a sua janela tão vazia e sem vida, sem você lá. Cadê você pra perguntar onde eu ia? Ou simplesmente me chamar de yasminica? Ahh o que eu sinto nem tem nome, de tão profundo. Sei que onde quer que voce esteja voce estara olhando por mim, sua caçulinha. Sei tambem que voce não suportaria a idéia de ver-me triste, mas hoje tenho a licença pra isso. Hoje quero te sentir aqui, mais do que qualquer outro dia. Hoje quero te contar tudo o que andou me acontecendo, e te lembrar mais uma vez, pela ultima talvez, que sim EU TE AMO DEMAIS.

um beijo, de sua filha mal criada de cotovelos falantes.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Falta cristal nos casais.

Certas coisas não se ajustam nunca. Todos os dias milhares de pessoas começam relacionamentos fadados ao fracasso. Tenho pra mim, que se a maioria soubesse como aquilo traria tanta dor de cabeça, sairiam correndo.
É normal que haja brigas em ralacionamentos. Afinal, são pessoas diferentes, com vontades e gostos que dificilmente serão equivalentes. Mas, se tem um motivo de briga que me assusta só de ver é a falta de confiança, misturada com o modo com que andam encarando a fidelidade.
O bizarro nessa história é o fato de que relacionamento deveria ser sinônimo de confiança. E essa confiança a que me refiro nao diz nada a respeito de traições e afins, mas de conhecer o outro o suficiente para saber de quem é que voce gosta realmente. E isso falta nos casais de hoje, principalmente por relacionarem confiança com fidelidade absoluta.
E se todo mundo pensa dessa forma, esquece de pensar que a traição é uma questão de ponto de vista. Digo isso porque penso com profunda convicção que não existe traição ao outro. E sim, a você mesmo, ao que voce sente. Quando há uma traição, a deslealdade acontece de voce para voce. É voce quem não soube lidar e cuidar dos seus sentimentos,e o outro nada mais é do que sujeito passivo repleto de complementos nominais que o tornam tão vítima quanto a protagonista da novela das 8.
Quando há fidelidade ao sentimento, e não ao outro, os relacionamentos elevam a enésima potencia a chance de darem certo. E caso não haja nem fidelidade ao sentimento, tampouco ao outro, a minima chance de sucesso de um relacionamento é reduzida ainda mais pela falta de respeito e compromisso com o outro.
Seria bom que todos pensassem assim. Isso evitaria com que muita (muita muita) gente implorasse milhões de segundas chances, ou que chorasse o arrependimento do 'leite derramado'. Só tenho a dizer que se você está prestes a dar ou pedir uma segunda chance, abra bem os olhos. Pois na maioria das vezes o relacionamento que você quer de volta, é na verdade o que nunca existiu. Se durante dois anos, não houve compromisso, respeito e confiança, não vai ser uma promessa de fim de semana que vai mudar isso. Não mesmo. E como já dizia aquele velho e bom clichê, confiança é como cristal, depois de quebrado, não há super bonder que conserte...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

para o melhor da minha melhor.

Já era chegado o fim da viagem. Faltavam poucos dias para o sonho chegar ao fim. Lembro que a tarde era nublada e que fazia um calor canadense de 13 graus. Tinha acabado de almoçar , e subia para o quarto com um sorvete laranja (que até hoje eu nao sei o sabor) para o quarto. Quando entrei no elevador encontrei uma amiga minha que ficava no andar debaixo que me contou o ocorrido. Quando fiquei sabendo, apertei mil vezes o botão do décimo quarto andar. Saí correndo do elevador e me enfiei naqueles becos até achar seu quarto. Lembro que abri a porta e fiquei perplexa. Voce estava sentada bem no fundo do quarto, sob a vista magnifica da cn tower. Você falava ao telefone e derramava lagrimas como em raras vezes. Eu sabia o quão importante era aquele telefonema, e te disse que esperaria sua ligaçao ou sua visita no meu quarto. Então eu fui para o quarto, e em menos de meia hora fui surpreendida pela campanhia. Quando abria porta, eu não acreditei. Era você. Senti um mixto de orgulho e de alivio por você. Você estava tão bem, radiante como nunca. Nem parecia a mesma dos minutos anteriores. Minha única reação foi te abraçar, se lembra disso? Ahh se voce soubesse como eu passei a te admirar mais depois daquele dia. Você me mostrou que era sim muito forte, que podia sim dar a volta por cima, e que era (e é) um dos meus mais preciosos tesouros.
Hoje, quase um ano depois, sou movida pelo medo de perder você. De te perder pra tristeza, de não ver o sorrisso e o belo humor de todos os dias, de não saber como te ajudar. Mas eu só queria que você soubesse, que eu estou do seu lado PRA VALER. Eu não vou te abandonar. Vou com você até o fim do mundo.
Você é uma das minhas melhores, te amo e preciso de você.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

sai pra lá...

É incrivel. Se voce por acaso nunca viveu isso, possivelmente deve conhecer alguem que já. A historinha é sempre a mesma com pequenas variações. O relacionamento acaba, voce fica mega mal, ai depois de um tempo voce resolve parar de se lamentar . E quase que por instinto o maldito reaparece na sua vida no exato momento em que voce decide que não quer mais. Mulheres inteligentes deviam dar o fora três vezes seguidas sem a menor culpa uma pessoa que faz isso.Esse é o perfil de pessoa que definitivamente você nao deve querer para voce. Esse tipo de pessoa, nao suporta a ideia de perder quem a ame. São competidores insaciaveis.E como todo bom competidor, obviamente não se contentam com apenas um troféu. Portanto, nao caiam nessa.
E quando o seu ex nao vai atras de voce, as mulheres recem desiludidas caem em outra cilada. Afinal, diante de todas suas amigas gritando no seu ouvido que não vale mais a pena sofrer, e que voce tem que conhecer outras pessoas, voce vai acabar cedendo. Mas o que você não percebe é que depois de uma separação, sair com alguem é uma atividade bastante perigosa. Isso porque se a experiencia não for bacana, você ficará convencida que jamais encontrará outro homem que te faça feliz, e que 'ele' (o maldito) é o único homem da sua vida. E caso você conheça um outro homem que lhe agrade um pouco que seja, a sua carência irá te induzir a envolver-se depressa demais. E se voce depois de ler isso voce se sentiu sem saida, você nao está sozinha!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Antes só.

Hoje eu parei pra pensar o quanto as pessoas enxergam errado uma pessoa 'estar' sozinha.Primeiro,pura e simplesmente, porque relacionamos estar sós com o fracasso.Muita gente se sente pessima por nao ter quem a acompanhe naquele programinha de casal. E acredite, há ainda, quem mantenha um relacionamento arrastado só pelo medo de ficar só. E isso sim é a maior besteira que alguem pode fazer. Pense nos quantos que você ja nao deve ter visto se afundar em relacionamentos pra fugir da solidão. Todos no ritmo romantico do 'endless love'.
O pior de tudo, é achar burramente que a solidão só tem espaço na ala das encalhadas. Digo isso porque meus dedos ja não contam o tanto de mulheres que eu conheço que são casadas, tem uma familia gigantesca e se sentem só. Trocaram seis por meia dúzia e agora são vitimas da famosa solidão á dois.
E eu tenho convicçao de que se essas mulheres tivessem percebido cedo que , estar só pode ser e é na maioria das vezes uma das melhores opções que nos temos,elas nao se encontrariam nessa situação. Ficar só é tempo de se cuidar, de crescer, de se curtir integralmente. É a hora que a gente descobre de verdade o que e quem nos faz bem, o que gostamos e fazemos, o que tinhamos que fazer e na verdade nao gostavamos, entre outras coisas. E diante de tantas decorrencias bacanas ainda tem gente que acha um horror estar só. Antes tripudiar as encalhadas/autosuficientes/laranjas inteiras, nos deviamos repetir tres vezes aquele ditado 'antes só do que mal acompanhado', e lembrar que ao contrario do que pensam os sonhadores apaixonados de plantão, a melhor companhia que podemos ter somos nós mesmos. Uma companhia que vai te acompanhar se voce quiser repetir a sobremesa, ou manerar no alcool se seu figado mandar.
Não existe nada mais conveniente e excitante do que sermos amigos de nos mesmos. As pessoas de mais sucesso, não costumam ser as pessoas que esbanjam gente ao redor. Pense que se voce possui paz interior, nada externo a você irá te abalar.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Bye Bye Inferno astral!

Inferno astral é o nome que os astrologos costumam dar para o período próximo do nosso aniversário. Sempre sofri com ele. É a epoca do ano que eu fico literalmente de mal com o mundo.Acho tudo errado, fico sem nenhuma paciência e com um humor do cão. Sempre foi assim. Até que 2010 chegou e mudou tudo,de novo. Meu inferno astral virou literalmente o paraíso. Talvez pelo fato de todas as minhas crises existencialistas terem tirado umas férias de mim, ou quem sabe porque eu simplesmente me dediquei a mim como eu nunca havia feito antes. Pode parecer estranho eu dizer que só me dediquei a mim na altura dos 17 anos. Mas é verdade. Antes de 2010 eu não sabia o que eu queria pra mim, quem eu queria e o porque das coisas acontecerem comigo.Não me conhecia bem. Eu costumava oscilar em pensamentos deterministas que explicavam as coisas como eu queria que fosse. Embora elas não fossem nada de fato. E agora tudo mudou, eu tenho objetivos e tô dando meu sangue pra conseguir o que eu quero. Esse ano ta sendo o mais intenso da minha vida, tudo milimetricamente calculado, escrever no blog e comer ao mesmo tempo, falar ao telefone e terminar os simulados de biologia... e tanto. Agora eu posso afirmar com convicção que inferno e paraíso podem coexistir com muito harmonia. Bom, é isso. Tenho que comentar tambem, o quão bom foi abrir a porta e ver vocês lá. Que surpresa linda! Ainda nao entendo como uma pessoa com tanta gente bacana por perto pode ter tido inferno astral alguma vez na vida... bye bye.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Coisa de pele

É coisa de pele. Quando o corpo pode revelar tudo o que sentimos. Em um toque de pele, sabe-se tudo um do outro. É como se a lei de atraçao dos corpos se fizesse tão intensa, que tornasse a mente tão inerte como uma pedra . No encontro de dois corpos .De pele gelada. De pele quente. O arrepio não é frio. É arrepio por si só. Quando no aconchego do abraço você encontra um calor de incendiar um planeta inteiro. Fazendo fluir dos pés a cabeça sensações surreais. E apesar de não saber como você veio parar aqui, nao quero que se afaste. Fique. O seu toque me coube tão perfeitamente, que tenho medo de nunca mais senti-lo. E dure o tempo que durar, será intenso desrespeitando qualquer regra de proporção. Não sou eu quem falo. Pois então, deixem que minha pele fale. Não se pode ocultar um arrepio. É coisa de pele que entra pelos poros. E que tenhamos o tempo necessario para nos perdermos, sem atalhos.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

das tragédias.

A gente acha que a violência nunca vai chegar perto da gente. Um belo dia, a gente acorda, vai pra escola, e descobre que tá ali do nosso lado. Talvez, nós tenhamos de admitir que nossos carros blindados, mansoes em condominios repletos de escudos, só estejam protegendo os bandidos das pessoas de bem,e nao o contrário. Me assusta ver crianças de 9 anos de idade perderem o sono por medo de ladrões,e outros horrores que tem assombrado o povo brasileiro. Onde é que vamos parar? Ninguem esta preparado pra perder uma pessoa que ama. Alias, será que nesse brazilzao de Deus, nos vamos ter que nos preparar até pra isso?
Então, voce esta ai sentado numa cadeira de couro indignado e.. E NADA. Ninguem faz nada. Todos se revoltam. Mas isso nem é da nossa conta... e nem foi com a gente. Tudo bem. Vamos esperar a violencia bater a nossa porta, pedir licença e entrar. Só me adianto em dizer que depois, fotos em camisas, faixas e comunidades no orkut, não irão trazer ninguem de volta, nem amenizar dor alguma.
Enquanto nossa nação for terra sem dono e sem lei, estaremos sujeito ao caso do acaso. Dormiremos inseguros, rezaremos um pai nosso temerozo, invocaremos as forças divinas que protejam os que amamos, apagaremos as luzes, e suspiraremos o último 'eu te amo' na incerteza tão certa do amanhã.

'Porque eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, eu te ajudo' - Isaías 41:13

quarta-feira, 31 de março de 2010

Ella.

Ela tinha uma malícia peculiar. Sua personalidade era constituida por uma gama de valores paradoxais, o que a tornava uma icógnita. Não era de tudo má, apesar do veneno que carregava e difundia com seus labios bem delineados. Era sempre tão convicente, que havia quem a nomea-se como rainha da retórica. Não gostava de meio termos. Só nao havia um sorriso cobrindo sua face, quando por cansaço, se entregava ao peso da cruz. Não sabia amar, embora achasse que sim. Era cega e pespircaz. Seu sexto sentido a levava quase a crença da paranormalidade. Sua inteligência fazia-se poesia em suas meias palavras enroladas em ironia e mergulhadas em um sarcasmo quase que antietico. Não ajudava a si mesma. Nasceu para a entrega. Doar-se era verbo transitivo direto, e sua gramática não aceitava reformas. Não desejava mal á ninguem, embora esperasse cheia de pressa, a lei do retorno. Sua mente revirava-se frequentemente de forma tão insana, que ela decidiu não mais morar dentro de si. Dedicou- se a viver o exterior. Entregou-se aos outros. Foi deixando de ser sujeito, para virar complemento nominal. Mas, o vazio de nao ser ela mesma, nao lhe caia bem. E o tempo, as pessoas foram a arrastando...
Um belo dia diante de um espelho, se deu conta de que seu reflexo não estava ali. Via as pessoas que a amava, via seu trabalho, seus amigos, mas era incapaz de enxergar-se. Sentou-se diante do espelho e chorou a dor de ter roubado a si mesma.Chorou,chorou,chorou.... Até que levantou-se, lavou o rosto, vestiu-se com um colete preto e um lenço cor púrpura e saiu para a vida.
Depois disso não voltou para dentro de si com frequencia, mas ela sabia que o sorriso só estava lá porque sua alma transbordava.

sábado, 20 de março de 2010

O meu certo.

Demorou tempo demais pra perceber que o segredo era jogar fora todas essas receitas de felicidade e começar a fazer do meu jeito.
Não existe nada que é certo pra gente. Nada. Nem homem, nem brinquedo, nem amigas, roupas. Nada.
Eu sei que parece absurdo pensar isso, mesmo porque crescemos acreditando em metade da laranja, no vestido perfeito, na profissão de nossas vidas. Mas se você parar bem pra pensar, vai perceber que o certo e o errado depende muito do nosso momento. O que num dia é a pior escolha, pode ser a melhor daqui um mês ou dois. Tem epocas, que o melhor é estar só, embora em outros tempos a solidão seja atestado de infelicidade.
Se a gente nascesse pensando assim, tudo ia ser mais fácil. Não sofreriamos horrores no término de um namoro achando que perdemos o cara certo.Não nos sentiriamos gordas por não caber naquele vestido tubinho azul ciano.
Mas a gente prefere pensar que a pessoa certa e na verdade a errada, ou sei lá mais o que.
Afinal, temos de convir que ser vítima emocional é bem mais facil e badalado hoje em dia.
E quer saber, a hora é de largar todas essas teorias mirabolantes, de mandar todas as laranjas sem metade do mundo pra lua. É o MEU tempo de ser passional, de descobrir, de ser egoísta, de ter o mundo. Tempo de querer o que sempre se quis, sem riscos. Tempo de respirar você.

sábado, 6 de março de 2010

Título em negrito ou itálico?

Tomar uma decisão na vida nao é tarefa fácil, principalmente quando entendemos a decisão como escolha eterna. Isso tudo começa logo na infância, quando nós, pequenos inocentes e deslumbrados burguesinhos morremos de dúvida se queremos a barbie e as princesas ou o castelo da poly. Insistimos com o uso sórdido da pirraça pra tentar lucrar os dois, mas nem sempre o papai noel é generoso o suficiente.A verdade é que desde cedo a ideia de ter que decidir nos aterroriza.Queremos tudo ao mesmo tempo.Somos a geração que nasceu em cima do muro.Queremos sol e chuva (casamento de viúva) ao mesmo tempo. Queremos estudar pra prova, mas tambem queremos(muito) ir naquela festa. Mas chega uma hora que a gente tem que escolher,e ponto final. E ai?Morremos de indecisão, e só. O que eu acho mesmo é que essa indecisão não se deve tanto pela insegurança do individuo. A culpa são das milhões de opçoes esplendorosas que nos deixam em extâse, e que batem a nossa porta, bem na hora que estamos fechados pra balanço. Além da diversidade de escolhas, somos vitimas certas do medo de viver uma escolha e morrer pra outra. E antes que você rotule toda essa ideologia como radicalismo, me adianto que é preciso que se entenda a morte nesse contexto como processo necessario para que haja vida,e para que possamos ser inteiros naquilo que escolhemos. O que vale ter consciência é que ninguem tem 100% de certeza de alguma coisa, e que nossas escolhas tem metade das chances de darem certo e 0,00000000000001% de chance de nao valerem nem como aprendizado. Temos que parar de escolher certas coisas pensando no que isso vai nos proporcionar, e começar a ir sentindo. É preciso usar a cebeça e ver com o coração. Mérito de poucos.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Separando fotografias.

Que mania incansável essa de querer classificar as pessoas, discriminar (distinguir) o bom senso e a falta de noção, nomear atitudes e julgar o conjunto. A maioria das pessoas quando enxerga em outra pessoa algo que é nocivo fisicamente, psicologicamente ou moralmente, tenta se afastar. E quando não conseguem, perdem tardes inteiras criando bilhões de teses humano-comportamentais, sobre o porque e pra que daquilo tudo. O fato em si deixa de ser a questão, e o motivo vira uma obssesão ciclica. Mais simploriamente, o que eu digo é que, muitas vezes usamos o questionamento do sofrimento para fugir dele. Pode ate parecer autoflagelamento, mas não é. O prazer que se sente em tentar entender, em revirar o passado tão revirado, tem efeito de um relaxante muscular.Alivia, e nos faz ter paciencia com a nossa propia dor. Nos faz ver, o quanto somos pequenos diante dessa imensidão asfixiante que gira e nos engole em questão de milésimos de segundo.Mas como nem tudo sao flores ( ou no caso, quase flores), a reflexão nos amolece. Nos enfraquece. Faz de nos vitimas cliches da fatalidade. Perdoamos as pessoas,e a culpa é do destino, ou do 'ainda não era hora' ( tem hora pra ser feliz? ). Um belo fatalismo barato. Inteligente mesmo da nossa parte, seria olhar e ver alem. Os dois lados. Sem esperança, ilusão ou qualquer tipo de aproximação. Dessa forma, você vai ver exatamente onde o erro aconteceu, vai entende-lo, aceitá-lo ( em tese) e em resumo, pegar tudo que voce viveu, tirar o sumo, bater no liquidificador, passar na peneira e encontrar o aprendizado. E acredite, ao contrario do que dizem,aprender não é necessariamente nunca mais cair no mesmo erro, mas saber que se voce cair voce sabera onde está e o que fazer. Ai o tempo vai passar e você vai perceber que não estava tão afim assim, que nao era tão legal como parecia e que você nem estava sofrendo tanto como pensava. Coisas da vida. Antes de me desligar desse meu mundinho aberto, queria analogamente dizer que as pessoas são como fotografias. Como uma fotografia de uma festa bem animada, com muita musica e cheia de pessoas amadas. As fotos registram apenas o que a câmera é capaz de captar: imagens congeladas, sem sonoridade, movimentação e sentimento. Então eu mergulhada em minha profunda arrogância, olho para as fotos e vejo coisas que não estão ali em si, e que são fruto de inferências e palpites. Julgo uma foto então, não pelo o que ela é em si, mas pelo o que eu consigo (e/ou quero) enxergar nela.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Me lembro daquele dia como se fosse hoje, ainda consigo sentir o arrepio que o vento fazia na minha pele. Olhar para aquela imensidão azul, com o olhar perdido me fazia sentir minuscula e viva. Eu caminhava sozinha, porque temia profundamente que alguem visse a minha insegurança. E andando, eu ia vendo com passividade todas as milhoes de turbulencias que ja vieram me visitar. Me sentia tola por estar tão apaixonada por você, e mais ainda por não querer ver os que meus olhos viam. Sei lá, eu havia exitado tanto para me entregar. Passei meses a fio juntando milhoes de desculpas pra nao me envolver com voce. Mas eu me lembro bem dos tres motivos que eu mais repeti nesse tempo. E que ironia do destino nao é mesmo? Todos esses tres motivos viraram realidade. Como eu pude me enganar tanto com o seu olhar? Porque voce me passava tanta certeza, convicção. E eu que sempre gostei de gente com convicção, me envolvi por engano. Sinto falta de voce. Quase todos os dias. Mas se eu pudesse escolher , eu queria nunca mais te ver. Nunca mais lembrar de tudo, nunca mais querer te contar minhas novidades... Mas hoje, andando descalço no asfalto quente eu começei a gostar mais de mim, a olhar pra frente e nao ver mais voce. Saudade eu tenho é dos pedaços que eu deixei pelo caminho. =/

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Fui pro carnaval cheia de dúvidas, com um arrepio peculiar. Como de costume meu sintoma era de sofrimento antecipado. Não sabia quem estaria lá, como seria, criava milhoes de situaçoes na cabeça pra tentar pensar em reação. O negocio, é que quando a gente ta machucada o mais facil é separar as pessoas entre boas e ruins, e achar que o que fizeram com a gente foi a maior maldade do mundo. Não se pode julgar uma pessoa pela nossa cabeça. Não se pode achar que elas são uns monstros porque simplesmente pensaram nelas antes dos outros. Mas ai no meio de tantas abstraçoes, e filosofias modernas, voce se da conta que lidar bem com certas situaçoes nao é fingir que ta otima e ponto. Aprende que quem ama deseja a felicidade do outro independente de tudo. Que o perdao existe, mas acompanhado de esquecimento é raridade. Que quem dá, recebe. E que tudo que vai, volta. Aprende a ver carater nas açoes e nao nas pessoas. Aprende que a decepçao é uma das maiores garantias de que o amor aconteceu.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

maldito hump day

Tem dias que a gente cansa de ser boazinha, e resolve soltar o que esta entalado. Nunca fui santa. Nem nunca tive a pretensão ao premio madre tereza de calcutá. Mas sempre tive certeza dos meus valores. Eu exitei muito ate tomar uma decisao, porque sempre tive medo de romper com pessoas que sabem coisas demais da minha vida, e na verdade eu estava sendo uma tola absoluta, porque cada dia que se passava, mais de mim voce sabia. Hoje eu stressei. Chutei o pau da barraca.Estourei.Fui grossa.Mas convicta dos meus argumentos e acusações. Acredito de verdade em tudo que eu expus, e sei tambem que talvez eu tenha sido dura demais.Poxa, eu só nao estou aqui pra suportar gente falsa, que faz intriga e se finge de santa. Além disso, o fator principal do meu stress é sentir que VOCE acreditou na minha maldade. Acreditou que eu ia jogar, só pra te excluir. è isso que me entristece do fundo do coraçao. confesso que nao me comovi com o seu choro, mas repensei e cheguei a sensata conclusao de que eu fiz o que eu deveria fazer. Porque sou eu. Eu preciso falar o que esta engasgado e proteger quem eu amo, e se eu nao fizesse isso nao seria eu. Eu nao sinto raiva de voce, nenhuma.O fato de eu ter exposto o que eu pensava, foi o bastante pra perdoar e esquecer isso. O assunto acaba aqui, bem ou mal, voce decide.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Meu orgulho =)

A gente as vezes só se dá conta da importancia de certas pessoas quando a gente precisa. Hoje, eu que vivo as turras com meu pai, descobri que divido a casa com meu melhor amigo. Diferentemente de todos os outros dias , quando eu acordei ele estava sentado ao lado de minha cama, com um lindo sorriso no rosto que deixava escapar um 'eu te amo', inacreditavel. Logo papai que sempre respondera minhas declarações homericas com um ' ah tá'. Não bastando tanta surpresa, ele me disse o quanto queria que eu fosse feliz e seu orgulho de ser meu pai. Eu não merecia tanto. Acordei feliz, tomei café da manhã e ja no final da tarde bati um papo cabeça com o mestre. Como pude passar 17 anos da minha vida vivendo com um cara genial como meu pai, e sem saber? Felicidade é isso. Descobrir em você pedaços de pessoas que voce ama e admira. Pai amo voce =)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ciúmes de você.

A sensação de infidelidade é quase inerente aos casais hoje em dia. Não adianta dizer que não, porque a verdade é que sim,TODO MUNDO sente ciúmes em circunstâncias e niveis diferentes obviamente. O resultado simplista disso é aquele maldito controle onisciente que existe hoje nos relacionamentos. Sabe- se tudo da vida do outro, o numero exato de scraps do companheiro(a), os novos amigos, e até no pior dos casos os desejos reprimidos do intelecto alheio. Então perdemos o precioso tempo de estar junto, com acusações, perguntas e afins fruto da convicção (tantas vezes )absurda de infidelidade. Isso tudo simplesmente porque deixamos a relaçao de admiração,afeto e respeito no acostamento e seguimos o rumo da possesão. Onde um pertence ao outro, e ninguem pertence a ninguem. Bastava entao, que entendessemos que cada ser é subjetivo, e portanto sujeito de suas escolhas e deCISÕES, e que se ambos escolheram estar juntos, abdicaram no mesmo momento do resto, mas isso nao inclui achar que o casal se basta. Mesmo porque o ser humano é de natureza incompleta e esse vazio nao pode ser excluido por uma segunda pessoa apenas.Nós deviamos mesmo, é ouvir os que nossos pais dizem desde que nosso entendimento começa a ser lapidado. A NOSSA FELICIDADE NUNCA DEVE ESTAR EM OUTRA PESSOA. Caso isso aconteça, voce corre um grande risco de ser infeliz, porque ninguem vai lutar pela sua felicidade como você, e pessoas vem e vão, nunca se sabe quem veio pra ficar e quem simplesmente passou pra dar um alô.Por isso, acredite com convicção que a sua felicidade está em você, em se sentir bem consigo mesmo e em se amar antes de tudo. Depositar isso em outra pessoa é antes de tudo um equivoco, é jogar assunto seu nas costas de outra pessoa e cobrar excelência. A confiança nao é a certeza de um não adulterio, é se despreocupar com o futuro, com o que se segue e viver com intensidade o que se tem aqui e agora. E se nao for, acredite não era pra ser, sua unica escolha vai ser entre se entregar ao sofrimento ou driblar a zaga e arriscar se ao gol. Saia da defesa do seu relacionamento, e ataque. O que você perde e o que voce ganha, ninguem precisa saber...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

"...Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure." e no embalo do soneto da fidelidade de Vinicius de Moraes, me dei conta da importância suprema que esse ano terá sobre a minha vida. Ter que decidir o que eu quero pro resto da vida, ter que me abster de certas coisas antes tão adoradas, e todas essas coisas subentendidas quando se fala em final de ciclo. E esse ano que tinha tudo para ser exatamente como eu previa, me surpreende logo na virada. De repente as pessoas que perdi voltam, os que eu nunca pensei que olharia na cara de novo se tornam parceiros, o amor deixa de ser ultimo plano e começa a lutar pelo paralelismo. E tudo em menos de 2 meses. ( sobra tanta falta...)

Razão x Emoção

Coisa estranha isso de senso comum, a gente cresce ouvindo que o ser humano é o único animal racional e blá blá. E eu só pra não perder o costume discordo de novo do senso comum, porque pra mim nós seres humanos podemos até ser racionais mas quem controla tudo é o nosso emocional. Ai voce que é uma pessoa extremamente calculista e racional vai me dizer que com voce nao é assim, que o seu emocional nao interfere na sua vida...Entao tá, mas me responda. O que há de racional em pessoas de mesma fé que se matam por terra sagrada? O que há de racional em uma pessoa que mata por ciumes? Onde mora a razão de uma pessoa que prefere percorrer 700km em rodovias perigosissimas simplesmente por que tem medo de avião? O que há de racional em perder todo o sálario em jogos de azar? É claro, que eu nao estou afirmando que todo mundo é 80% emocional e 20% racional, pelo contrário isso varia de pessoa pra pessoa. Mas a questao fundamental é, voce tem dado importancia a sua saude emocional? E pode parecer bobeira, ou praga de blogueira, mas quando a vida pessoal está indo de mal a pior, pode saber que o resto tambem nao deve andar nada bem das pernas. Me atrevo ainda a dizer que no novo milênio a inteligência que prevalece é a emocional, porque essa nao se consegue estudando, essa se consegue vivendo.