segunda-feira, 25 de abril de 2011

Começando com Ponto e virgula ;

Ando lendo mais livros do que o normal. Isso me fez reparar que a maioria deles termina em ponto final, com poucas exceções nas quais este era trocado por reticências cheias de suspense. Ainda não encontrei um livro encerrado por ponto e vírgula. Nenhunzinho, só mesmo a minha vida.É minha história, tão nossa, terminando sem um fim. Talvez o narrador tenha se esquecido de terminar nossa história,ou quem sabe tenha simplesmente se cansado do enredo, dos personagens. Que falta faz um ponto final. Como explicar para alguem letrado que acabou, quando o fim é sinalizado com ponto e virgula?Não dá. A sensação de que algo virá, de que o climax ainda está por vir é inerente,e pior, viciante. Imaginar um fim que já devia ter sido escrito, vivido e sentido toma meu tempo, me toma de mim. Talvez o senhor narrador não tenha entendido, então devo lhe explicar. Aquele silêncio era fim. A página não virou, o ponto final não veio, mas era o fim. Não existe nada depois disso. E agora narrador? Mas sabe, no fundo eu posso compreender-lhe . Se não me conhecesse tão bem, colocaria o maldito ponto final e veria no que ia dar. Mas voce sabe, entende que essa minha alma, tão prolixa quanto minha escrita não suportaria que não houvessem mais palavras. Seria morte, em vida, morte de quem acredita que o silêncio é apenas pausa de quem fala. A palavra não tem fim, porque nossa história teria? Você não vai continuar o mesmo, nossa história definitivamente não é atemporal. Tudo vai mudar, continuaremos vivendo, regidos pelo narrador que talvez por compaixão nos dê um futuro promissor, e ai um dia quem sabe tenhamos a oportunidade de interromper o hiato que ficou, aquele ponto e virgula que separou nosso passado do presente, e agora inicia o tão sonhado: ínicio do finalmente fim;

terça-feira, 19 de abril de 2011

Te devoro.

Teus sinais me confundem da cabeça aos pés. É o que Djavan diria se te conhecesse. Bem, eu não te conheço, e mal consigo fixar me muito tempo nos seus olhos. Embora por vezes eu me pegue olhando para voce, sua proximidade me paralisa. Quando voce movimenta os lábios como numa cena romantica de filme mudo, a mais firme das minhas pernas treme. Não sou mais eu. Não depois que você chegou. E sim,talvez nos queiramos coisas distintas. Mas nossa convicção disso ainda não conseguiu superar a lei que rege a atração de nossos corpos. O que faremos? Game Over? Diga isso à meu corpo, pois ela ja nao atende mais minha razão. Eu sei, voce deve estar pensando que o prazo de validade é curto, que o tempo vem vindo nos engolindo aos poucos e que não resta o que fazer,dizer ou pensar. Talvez seja isso mesmo. E se for, mesmo assim não abrirei mão de você. Ainda assim irei querer os poucos minutos em que sei que voce sera apenas meu. Não tenho pretensão de futuro, quero agora. Aqui. São as palavras que não dizemos um para o outro que mostram o quanto nos desejamos. É o silencio, esse que destrói, que nos faz querer mais e rápido. E assim segue o nosso belo e ardente paradoxo da palavra que cala e do olhar que cega. Que assim seja, pelo menos enquanto for.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

choosing you.

Durante muito tempo em minha vida escolher não foi tarefa fácil.Não que hoje seja mais fácil, mas é bem menos doloroso. Naquela epoca, eu ainda calculava que um passaro na mão é melhor do que dois voando, e pior ,tentava segurar os dois. Mas a conta nunca fechava. De fato, eu sempre fiquei com as mãos vazias.É, qualquer escolha minha me deixava no mesmo grau de profundo descontentamento. Tudo culpa dos meus malditos devaneios, que me levavam a pensar que eu tinha feito a pior escolha possivel. Porque vez ou outra eu me pegaria pensando em como eu teria sido feliz com a outra opção, ou quem sabe me questionando pela simples incapacidade de decidir o melhor pra mim. Não era culpa minha,ainda não é. Enquanto houver duas opções e muita dúvida entre elas, qualquer decisão será um atestado de felicidade incompleta. Então o que fazer? Boa pergunta. Cada um tem a sua resposta, mas a minha é a mais dificil de por em prática. Comecei a praticar a falta de pudor de questionar e dizer sem meias palavras o que eu realmente quero. Quando se sabe exatamente o que está servido, escolher o que nos agrada é muito mais fácil.