segunda-feira, 28 de junho de 2010

NL.

O que você sentiu quando me viu lá? Depois de tanto tempo, meses, sei lá. Tanto tempo que não te via. Foi apenas uma aparição sem troca de palavras, sem gestos, sem sentimentos extrapolados. Foi singelo. De repente, olhar pra voce ali no altar me fez ir visitar todo um passado que minha memória ja não mais alcançava. O tempo não passou pra nós. Na verdade, a realidade é um pouco mais paradoxal que essa. O tempo passou, tudo mudou e a história é a mesma. Se o final era o simples tchau, ontem o que se viu foi uma falta de adeus. Fico rindo sozinha pensando nisso. Das minhas milhões de fases e paixões conturbadas, essa é a que eu sinto mais pertencer a minha história. Foi onde eu mais meti os pés pelas mãos e tampei o sol com a peneira . E por engano do acaso, ou não, me afastei da vida interiorana e de tudo que estava nela, e isso incluia voce. E hoje, quando sinto saudades, fecho os olhos e vejo o bicame sob o céu estrelado com você ao fundo deixando escapar um sorriso meio de lado com cara de despedida. Meu lugar já não é mais minha nova lima nova.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Faltando Pedaço.

Por aqui as coisas não mudaram. Continuo no mesmo lugar, do mesmo jeito. Por ai, o tempo passou e fez você andar. Se voce andou para frente, houve quem desse dois passos pra tras. Mas, eu parei por aqui. Ver sua vida acontecendo, mesmo de longe, me imobiliza. Se eu dou um passo pra frente, um vento torna a me puxar. Se me arrisco na loucura de dar passos pra tras, um impulso cósmico me traz de volta. Não consigo sair da sua orbita. Sempre volto pra você. Se tento com outros, termino na certeza de que você é o melhor pra mim. Se fujo dos outros, acabo me refugiando nas nossas lembranças. Se tento te esquecer, vem aquele detalhezinho que me faz lembrar voce. Se fico meses sem lembrar , vem semanas em que tudo não me deixa esquecer. Cansei de brincar de cabo de guerra com esse sentimento. Você venceu. Apartir de agora não havera mais um esforço sequer pra te destruir. Vou deixar você ai, sozinha nessa armadilha que tu mesmo criaste. Vou deixar você morrer de fome ,e de sede agonizar. Vou te torturar até os meus últimos instintos. E quando você se for, no coração vai ficar faltando um pedaço, que nem a lua minguante, que nem o meu eu nos seus braços...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Onomatopéia das carroças.

Tem gente que ama reclamar. Reclama do frio, do calor, dos amigos, do trânsito... e não há nada que escape do olhar amargo e insatisfeito dessas pessoas. São o tipo de gente que nós costumamos chamar de 'velhos rabugentos'. Mas ainda pior do que os velhos rabugentos são os jovens rabugentos. Não há na terra, acredito eu, quem consiga conviver sem sentir um pingo de incomodo com um jovem desses. O que os torna mais insuportaveis é o fato de usarem toda a vitalidade caracteristica da juventude para reclamar e por defeito nas coisas. Nada nunca está bom, o seu problema é sempre o maior do mundo e seu pensamento faz uma gigantesca orbita em volta do seu propio umbigo.
Quando vejo uma pessoa dessas, logo passa na minha cabeça a ideia convicta de que elas são super insatisfeitas consigo mesmas. Por isso não consigo ter raiva delas, apenas compaixão. Se elas colocam tanto defeito nas coisas, nos lugares e nas pessoas é porque precisam sentir o tempo todo de que não só elas estao 'erradas' no mundo, e que tudo está desandando no mesmo compasso que vida delas. De certa forma isso é uma maneira de se defender de si mesmo, de tentar conviver com o sensação de nao pertencer a microsociedade na qual estão inseridas.
Infelizmente essas pessoas acabam afastando as pessoas ao seu redor. Por isso, se você só tem reclamado, só tem abrido a boca pra criticar e censurar, lembre se que dos que não dizem nada, poucos são os sábios que ficam em silencio.
E como já dizia meu pai, carroça que barulho faz, vazia está...

terça-feira, 15 de junho de 2010

calor de tanto frio.

O retrato hoje é outro. Unhas quebradas, olhos fundos e cabelos lisos. Suspendi a base fortalecedora, meu lápis dior marrom e meu creme de cabelo pra cachos definidos. Não quero mais. Deu na telha fazer tudo ao contrário.Digo e não faço. Não falo e faço. Estou curtindo minhas inconsistencias e todas as impossibilidades decorrentes dela. A bipolar agora sou eu. Sou eu quem não sabe o quer, e que quero e não sei. Sou eu quem foge da luz como uma barata albina.Sou eu quem não tem nada a dizer.
E assim passam os dias, e o frio que insiste em cobrir esse belo horizonte me faz ver as ultimas folhas do outono cairem. E o que vem depois do outono é só um inverno frio e seco, sem você. Mas nada que um bom agasalho e um chocolate quente não resolvam.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sogno

Até onde você vai por um sonho? Essa pergunta por repetidas vezes foi o que conseguiu manter o sonho vivo. Nunca quis ser médica. Quando criança, eu passava horas na praçinha ou na varanda da casa de meus avos dando aula para meus alunos imaginários. As vezes trocava os momentos de aventura com os garotos da rua, só para me dedicar aos meus aluninhos. Mas hoje alem dos 10 anos que separam o que eu sou hoje da garota mimada do retiro, tenho o sonho de ser médica. Tenho vontade de cuidar de gente. Tenho sede de entrega, de doação integral. Quero tanto isso que mal consigo ver o que me cerca. Embora, meus olhos espelhem uma certeza digna de dar inveja, rotineiramente eu me afundo em duvidas. Não seria minha oratoria e minha sede de justiça, sinais evidentes da vocação para o direito? E minha paixão por escrever, uma prova viva do talento para o jornalismo? Mas e a minha vontade de criança, será que não seria eu muito mais feliz como professora de biologia? São tantas conjunçoes adversativas que fazem da minha certeza o mais hipocrita dos discursos. O fato é: não sou a melhor aluna da sala (estou longe disso) e dificilmente conseguirei driblar uma concorrencia de 50 pessoas por vaga. (não estou descrente em mim, é só um realismo honesto comigo mesma) e para continuar meu drama, eu nao queria ter que fazer meu pai pagar uma mensalidade tão cara como a de um curso de medicina. Principalmente por saber que todos os meus planos em relaçao a medicina não incluem grana alta, e sim uma vontade imensuravel de cuidar de quem precisa.
Nao vou nem concluir esse texto, pois não há conclusoes, nem certezas. Não há nada alem de sonhos sonhados por terceiros , e terceiros sonhos gritando por uma ultima reflexao.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quina da sorte

Voce me faz ter preguiça de voce. Nessa sua bipolaridade que reveza com uma apolaridade de tirar qualquer monge do sério, vou do céu ao inferno. Isso me faz ter que controlar o incontrolavel. Me faz reprimir desejos que eu só queria suprir. Não quero atestado de fidelidade e amor incondicional alem da distancia. Eu só quero isso. Ter voce ali quando der vontade. Poder ser guiada pelo seu cheiro sem saber aonde isso tudo vai me levar. Mas enquanto voce continua ai em cima do muro, vou deixando minhas unhas crescerem , prontas pra quebrar na primeira quina do armario do seu quarto...