quinta-feira, 29 de julho de 2010

ao mesmo tempo não violão.

Outro dia no meio de uma conversa de amigas, uma delas me questionou se era possivel alguem estar apaixonado por duas pessoas ao mesmo tempo. Eu ponderei, e gesticulei com certa incompreensão. Não que eu não acreditasse, mas achava a situação delicada demais para ser generalizada. O que eu respondi a ela, foi que na verdade, ao contrário do que a maioria das pessoas que estão nessa situação pensam, provavelmente nunca voce gostara de duas pessoas com a mesma intensidade. Alias, o mais comum é que voce até saiba de quem voce gosta mais, mas mesmo assim continue alimentando a dúvida. Isso é bastante aceitavel. Porque pode acontecer de voce ter de um lado uma pessoa com quem você tem toda uma história e do outro um novo tão excitante, de dar inveja a qualquer olho magro. Se por um lado um é discreto, simples e timido e voce adora, a outra pessoa é super extrovertida, nao passa despercebida nunca e é um poço de teorias 'we are the world' ,e você acha um máximo. O que me consta é que na maioria desses casos, nós sempre escolhemos e escolheremos aquilo que tem mais historia, que já é quase que um costume seu, em outras palavras, seu porto seguro. Não me pergunte porque. Talvez todos nós concordemos que dar uma chance ao novo não vale a pena. Ou talvez nao pensemos isso, mesmo agindo como. O que tem que valer nessa hora é a nossa felicidade. Se o que faz a gente feliz é aquele seu namorado de longa data super ciumento que mora no quinto dos infernos, porque ter duvidas com um garanhão de meia tigela do colegial? Se há quem dia que é melhor um passaro na mão do que dois voando, eu digo que é melhor uma mão vazia do que cheias de pombos quando tudo que se quer é uma águia.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

lua na íntegra

Você não acha que está na hora de se mostrar não? Quero te ver despido desse seu personagenzinho patético que você criou. Pode tirar a pele de cordeiro, vai mais fundo ainda e tira a carcaça de lobo mau, quero te ver na íntegra. Quem sabe assim o seu bom comportamento se torne oficialmente uma farsa. Ou quem sabe, sua frieza passe a combinar com o que você é de verdade. Ta ai, eu nunca me apaixonei por você como eu pensei que tivesse. Na verdade, eu me apaixonei pelo que todo mundo via, pelo sacro smartman que você mostra ser. E agora, meio atrasada, super em cima da hora eu vi você realmente. Vi que aquela mentira que por ser sua virou mentirinha, e que aquele vacilo que por ser seu virou errinho,ou talvez aquela insegurança que sendo sua se tornou uma duvidazinha, são partes coadjuvantes dessa sua farsa. Você é genial nas suas mentiras.Consegue me enganar, até quando eu me convenço de que não acredito mais em você. E nessa sua fuga, nesse medo indiscreto de me olhar nos olhos e dizer o que sobrou no coração, você me decepciona outras vez. Mais uma. Amar em um dia e ter duvidas no outro acontece, eu sei.
Essa é a face oculta da lua, que ninguem aqui da terra conseguiu ver. Parte oculta essa, que eu devia ter visto naquele primeiro de maio de lua cheia.

domingo, 4 de julho de 2010

menos um

Não adianta discutir. Insistir é perder. Tem coisa que a gente arrasta tanto com a barriga que quando vê, vira uma bola de neve. Facil,facil,facil. Temos de aceitar nossa incompatibilidade de personalidade.Parar de dar murro em ponta de faca. Vamos dar a vez ao cansaço. A paciência esgotada nao quer falar. Não há explicação nem perdão a ser dado. As nossas incoerencias se encontraram em uma incoerencia só. A de nao querer mais querer. Não queria estar nessa história. Queria sumir daqui. Ir pra lua passear e lá de longe ver as aguas calmas do lago se movimentarem. Não posso, não quis.E nesse chumbo trocado, o que não costuma doer acabou machucando. Mais um soldadinho de chumbo fora do jogo. Menos um.
São anos, o número é dois e o drama ainda é mais que isso.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Cala boca, e molha antes que endureça.

Não é pra você. As vezes escrevo de mim, em outras escrevo meio ilegalmente a sensação alheia. Necessidade de falar dá nisso. Se em boca aberta entra mosquito, a minha ja está entupida. Falo o que devo e não devo, falo o que penso, o que não penso e o que eu suponho. Talvez seja por isso que em relação a voce, eu sofra tão menos. Não guardo nada pra mim. Nasci para verbalizar. Não escondo, me mostro do avesso e dou uma arrumadinha pra nao horrorizar. Sim, do avesso. O avesso, porque é mais nitido, menos padronizado, mais eu. Não tenho muita vergonha de me sentir incompleta, tampouco de nao ser a melhor. O que me envergonha é o pior que eu posso ser. Aquela parte de mim que fica lá naquele quarto escuro do inconsciente do qual Freud já alertava perigo. Disso eu tenho vergonha,e antes de tudo medo. É dessa escuridão insana que saem as armas. O que me alivia, porem, é aquela sensatez que mesmo incoerente e desajeitada faz nascer flores em canhões e faz do pior o meu melhor.
Falar eu sei. Agora quero aprender a ouvir. A entender a dor alheia, sem julgamentos. Quero ajudar a diminuir o vazio, sem entupir de tralhas. Quero espremer até caber só amor.Até trazer de volta o que meio foi e meio ficou. Pra isso, vou me virar do avesso e vou desvirar, porque agora o meu pior vai virar melhor,e a semente vai brotar, nesse coraçao de argila doido pra amolecer e de amor transbordar.