domingo, 28 de novembro de 2010

Ao 3f,

Alunos da última sala do último ano do penúltimo andar, uma sala de A a Y, repleta de personalidades conflitantes, a principio insolúveis, trancadas em cubo com cheiro de alho poró e submetidos a tortura de 17 mil hertz de justin's biebers e suas fãs enlouquecidas. Não foi fácil, e voces bem sabem quantas vezes tivemos vontade de matar uns aos outros, e acreditem, nem a terenzi que é quietinha escapou dessa revolta.
Vivemos dias de guerra fria, de ataques pela faixa de gaza, insubmissão e interferencias da frente de batalha, e acabamos saindo formados no ensino médio e em táticas de guerra. Mas isso não foi tudo. Nossa sala não se resumiu a divergências e respostas afiadas, fomos alem. Juntos, percorremos retas, nos apoiamos nas curvas e com determinação diária transpusemos obstaculos um a um. Juntos, aprendemos o valor do verbo tolerar, e o significado do substantivo diferença. Juntos, aprendemos que rir é melhor que criticar, e que ouvir é melhor do que gritar. Juntos, tornamos menos arduo um dos momentos mais dificeis de nossa caminhada rumo à construção de nossos sonhos : e de mãos dadas, demos o primeiro passo.
Agora, cada um de nós seguirá o caminho que escolheu e, é provável que a maioria de nós não volte a se encontrar, ou talvez não, e a gente acabe se esbarrando , casados e com filhos, mas uma coisa é certa: um pedacinho dessa turma estará sempre conosco. E essa será nossa contribuição ao mundo: fazer um novo terceiro F a cada obstáculo que tivermos de superar. Afinal, haverá sempre uma interferencia a ser feita, uma exclamação a ser proclamada e um assovio a obstruir o silêncio.
Entao tá gente, beijo tchau!

Rochinha anota um asterisco ai:
EU AMO VOCES!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sem bláblá.

Eu no seu lugar não iria querer ser a próxima vítima. Te garanto que como você eu já vi milhares. São comos asiáticos, só mudam de nome. As vezes nem isso. Conheço o seu repertório sem sequer ter ouvido sua voz. Voce acha que joga, mas cai no meu jogo achando que tá dando xeque mate. Se voce soubesse, que nesse jogo... nesse, meu jogo, não há vencedores e que pra perder basta estar no jogo, é se voce soubesse pararia com esse blabla e ia brincar de war com gente do seu tamanho.

sábado, 13 de novembro de 2010

Férias de mim.

Precisa- se de férias. De tempo de ter nada na cabeça, e de se orientar somente pela posição que o sol ocupa no céu. De pisar na grama úmida de sereno e sentir um arrepio súbito subir pelo meu corpo. De me afundar na areia, na terra ou em qualquer outro pedaço sugante da litosfera que me faça sentir parte da natureza. De sentir o vento lamber os meus cabelos com a voracidade de um ser que tem fome. De andar sem destino, ser abordada por um desconhecido e inventar uma versão de vida para transeuntes. De não ser chamada pelo nome, de não ser chamada por ninguem. De sentir o sol deitar sobre mim,e queimar minha pele. De ter tempo para correr, bater uma bola e ouvir. De chorar sem motivo, sem ter que me explicar. De ver sol e chuva num deslumbramento da física se transformarem em um belo arco iris. De ouvir aquelas música bem velhas, piegas, da geração do meu avô e que fazem minha alma sair de casa. De me apaixonar e desapaixonar, sem culpa, cada vez que o meu rosto cruzar com o de alguem suficientemente vivo. De ver você nas pessoas e não me sentir um saco nostalgico sem fundo. De,por grande ironia, rever o meu algoz e reencontrá-lo tão vítima quanto antes. De fechar os olhos, e ouvir as ondas que tanto batem até que furam,e que na sua mais sensivel agressividade , propagam o som mais confortante e penetrante que eu já ouvi em toda minha vida. Sem dúvidas, é tempo de tirar férias. Férias de mim.