sexta-feira, 24 de junho de 2011

Destino

Eu mentiria se dissesse que não penso em você. E me confundo de sentimentos o tempo todo por conta disso. Não bastasse isso ainda pesam os milhares de nunca mais que disse para mim mesma quando o assunto era você. E acredite: teve uma epoca em que eu realmente levei a serio o fato de sermos incompativeis mesmo nos gostando. Mas voce esteve sempre ali no acostamento pedindo carona, e eu sozinha no carro, como negar isso a voce e a mim? E deixei voce entrar mansinho, quis ver se mesmo cheio de porens ainda podiamos escrever algo juntos. Enquanto isso a idéia de que nossas personalidades eram de um antagonismo inaceitavel foram sendo jogadas,apertadas no porta malas. No começo foi bom, as coisas pareciam ter mudado. Depois veio de dentro das montanhas um silencio frio e melindroso , que tratou logo de se instalar entre nós. Nessa hora eu ja ameaçava chegar ao meu destino, enquanto voce agradecido pela carona me dava um beijo e descia do carro, decidido de que o caminho que lhe faltasse seria cumprido pelos seus proprios pés. E voce seguiu, e eu te deixei lá bem ao fundo do meu retrovisor com o sol batendo na cara. E assim foi, eu continuei pela estrada, ora dando voltas, ora circulando por atalhos. Parei muito, me apaixonei mil e uma vezes, na mesma velocidade em que me desapaixonei por todos. Mas eu continuava, tudo tinha um proposito, embora eu nao soubesse qual. E foi naquela estrada reta, em um dia quente, que eu te reecontrei. Seu carro estava parado no meio da pista, com os braços enconstados na porta e olhando em minha direção. Não acreditei que fosse voce. Desci do carro, e segui em sua direção. Agora voce tinha seu proprio automovel, nao vivia mais caronas e apesar de uma ruga de expressao bem marcada em sua testa, voce continuava radiante. A pista estava fechada para reformas,e passamos o resto da tarde juntos, conversando, sem hora alguma lamentar ou exaltar o que nos levou para tão longe um do outro. Hoje estamos de volta, juntos de novo. Não temos mais duvidas sobre nossas diferanças. Temos certeza. Somos sim incompativeis, e eu ainda consigo te tirar do serio sem nenhum esforço.Tambem nao posso dizer que amadurecemos o suficiente para saber lidar com isso maravilhosamente bem. Pelo contrario, ainda batemos a porta um na cara do outro,e vez ou outra ainda ficamos dias sem nos falar. O que posso dizer é que mesmo assim, você é o meu fim da linha. Nao fui eu quem quis primeiro, foi aquela estrada velha por qual circulamos por anos. E qual é mesmo o nome dela?