quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Fica.

Não devia anoitecer em tardes como aquelas. E eu olhava pro céu, como quem pedia a eternidade. Depois eu olhava para as flores daquela arvore, lilás lilás, e via cair, e via o tempo engolir a vida, eu e voce. E me via sem voce, e te olhava mais uma vez pra adiar esse pensamento. E encostava a tua pele na minha e me sentia parte de voce, e beijava tua boca de quem mente, e me entreguei ali, e me perdi de mim mesma. Onde eu estou? Cadê as minhas verdades incontestaveis, minha teimosia, meu orgulho? Cadê voce em mim? Talvez nao seja amor, talvez seja apenas algo muito parecido com isso, uma réplica, um quase amor. Talvez seja amizade, vontade, carencia, talvez seja tudo isso junto. Ou quem sabe nao seja nada disso. Alias, eu nem quero saber o que é, só quero continuar deitada sobre o teu peito, sentir voce vivo. Só quero olhar nos teus olhos, e acreditar, pela ultima vez, que são os olhos certos pra mim. Acreditar meio em vão, acreditar sendo sua, acreditar que voce vai ficar quando a alma falar mais alto que o corpo. Então fica. Fica mais uma, mais duas, mais mil vezes. Não me parta no meio só porque voce está dividido em dois. Me junte, me cole, me quebre, me mate de amor, de dor nao... de dor não. Fica?

Nenhum comentário:

Postar um comentário